Eutanásia - suicídio ou busca de dignidade?

terça-feira, abril 26, 2011



Apesar dos inegáveis avanços nos campos da tecnologia e medicina, há males incuráveis e incapacitantes que espreitam a cada dia e minam a qualidade de vida do ser humano.
Que sentirá aquele que no pleno uso das suas capacidades se vê, de um momento para o outro, privado do seu viver? Viverá?
A abordagem da temática Argumentação e retórica que integra o currículo de Filosofia do ensino secundário e a palestra realizada na escola, no passado dia seis de Abril, subordinada ao tema Eutanásia facultaram aos alunos a oportunidade de reflectirem sobre estes conteúdos e tomarem consciência da sua pertinência na sociedade actual e na existência de cada um.
Eutanásia, definida etimologicamente como “boa morte”, é a prática, assistida por um especialista, que abrevia a existência de um sofrimento tido como insuportável.
Um estudo recente - Atitudes Sociais dos Portugueses - levado a cabo pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, revelou que 62,6% dos cidadãos manifestaram posições favoráveis à prática da eutanásia, enquanto 35,3% a classificaram como acto condenável em qualquer condição.
Pessoalmente defendo a legalização deste acto para que cada um, na sua circunstância e com a sua consciência, possa optar livremente pela vida ou pela morte, ou seja, possa ter liberdade de escolher o que quer para si.
Uns relembrar-me-ão o valor inalienável da vida, outros desvendar-me-ão a esperança no desenvolvimento exponencial da tecnologia e do conhecimento científico, outros ainda mostrar-me-ão fundamento na Epístola de Santo Agostinho (…) nunca é lícito matar o outro: ainda que ele o quisesse, mesmo se ele o pedisse (…).
A minha pretensão é de que, aqueles que se encontram permanentemente em profundo sofrimento e para quem a vida se encontra destituída de sentido possam escolher, decidir de si para si. Não defendo a banalização da morte mas o pleno uso da Liberdade.
Defender a legalização da eutanásia não torna esta prática uma imposição mas uma opção que abre, de par em par, as portadas da Liberdade e da Vida!

Inês Videira de Carvalho (11º Ano – Turma A) No âmbito da disciplina de Filosofia
Abril de 2011

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