O Navio Santo AndréO Navio Santo André é um arrastão do bacalhau de arrasto lateral, tendo sido construído em DEEST na Holanda, no ano de 1948. Foi registado na Capitania do Porto de Aveiro em 1949, com o n.º A-2309-N. A primeira viagem foi em 1949 nos mares da Terra Nova, o primeiro Capitão foi Ilhavense José Pereira Bel

a, e a última viagem foi à Noruega em 1997, pelo Capitão Manuel Silva Santos. Ao longo de quase 50 anos foi arrastão salgador, congelador, pesca com redes de emalhar, operando nos mares da Terra Nova, Angola e Gronelândia. O navio pertence actualmente á Câmara Municipal de Ílhavo, transformado em Museu, para não deixar morrer a memória da pesca do bacalhau nos mares do Norte, estando disponível para ser apreciado e visitado no Cais n.º 10 na ria de Aveiro do Porto de Pesca Bacalhoeiro, na Gafanha da Nazaré.
Capela de Nossa Senhora da Penha de França A Capela de Nossa Senhora da Penha de França é um dos pontos de interesse da Quinta da Vista Alegre. Mandada edificar nos finais do século XVII pelo Bispo de Miranda, D. Manuel de Moura Manoel, é hoje Monumento Nacional.Com frontispício de pedra rendilhada, a fachada, com duas torres sineiras nos flancos,

encimadas por coruchéus, ostenta num grande nicho a imagem em pedra e em tamanho natural de Nossa Senhora da Penha de França.No interior destacam-se os azulejos de finais do século XVII, o retábulo em mármore e talha e os tectos decorados com belíssimos frescos. Do lado direito da nave fica o sumptuoso túmulo em pedra de Ançã, do Bispo de Miranda, um magnífico trabalho do artista Claude Laprade, que é um dos maiores pontos de interesse desta capela.
MuseuO Museu Histórico da Vista Alegre foi inaugurado em 1964 e situa-se nos mesmos terrenos da Fábrica. Aqui podemos observar a evolução histórica da porcelana nos últimos dois séculos e

apreciar peças representativas da cerâmica e vidro Vista Alegre desde a sua criação até aos nossos dias. Também encontramos pinturas e objectos relativos à história da Fábrica, dos seus trabalhadores e fundadores, esculturas, colecções especiais e exemplares de encomendas reais.Remodelado em Abril de 2002, o Museu conta agora com uma nova entrada e com espaços de recepção, vendas e lazer. A exibição das peças segue uma linha sequencial desde os vidros e pó de pedra, até às mais recentes produções da Fábrica de Porcelanas Vista Alegre. O Museu da Vista Alegre, testemunho da evolução dos estilos através da porcelana, é um dos mais completos do género, em todo o mundo.
FábricaNascida num período de revoluções, a Vista Alegre é fruto do sonho do típico homem moderno do século XIX, José Ferreira Pinto Basto. Influenciado pelo sucesso da fábrica de vidro da Marinha Grande, Pinto Basto decide criar uma fábrica de “porcelanas, vidro e processos químicos”.Começou por adquirir, em 1815, a Quinta da Ermida, um sítio belo, perto da vila de Ílhavo e à beira da Ria de Aveiro, região rica em combustíveis, barro, areias brancas e finas e

seixos cristalizados, elementos fundamentais para vidros e porcelanas. Pouco depois comprou também os terrenos envolventes, num total de 40 hectares, e lançou-se no seu projecto. O alvará que autorizou o funcionamento da Fábrica da Vista Alegre foi concedido em 1824 por D. João VI, passando esta a beneficiar de “todas as graças, privilégios e isenções de que gozam, ou gozarem de futuro, as Fábricas Nacionais”. Apenas cinco anos depois, a Vista Alegre recebia o título de Real Fábrica, um reconhecimento pela sua arte e sucesso industrial.A partir de 1832 a Fábrica intensificou o trabalho e dedicou-se ao aperfeiçoamento da porcelana, conhecendo um período áureo, que culmina em finais do século XIX. A contribuição de artistas estrangeiros, como Victor C. Rousseau, foi importante, sobretudo para a criação de uma escola de pintura ainda hoje famosa. Neste período da história da Vista Alegre assinalam-se factos como o desenvolvimento de uma obra social, a introdução de decorações a ouro e temas com paisagens e delicadas flores, a participação em certames (Paris e Palácio de Cristal no Porto) e, por último, a cessação em 1880, da produção de vidro.Durante os anos que se seguiram, e até ao final da Grande Guerra, o anterior período de brilho foi ofuscado as conturbações sociais encaminharam a empresa para grandes dificuldades. Contudo, o espírito introduzido pelo fundador e a manutenção da escola de desenho e pintura pelo pintor Duarte José de Magalhães, estimularam a reorganização e modernização da empresa.Assim, à passagem do seu Centenário, a Vista Alegre iniciava uma reestruturação que visou a transformação da empresa numa sociedade por quotas, a modernização das estruturas da Fábrica, a abertura de duas lojas e um novo impulso às aulas de desenho. A partir de 1947 e até 1968, os contactos internacionais, a formação de quadros técnicos especializados, a aquisição da Empresa Electro-Cerâmica (principal concorrente) e da Sociedade de Porcelanas, levaram a Vista Alegre ao desenvolvimento técnico e industrial esperado, assim como ao alargamento da oferta a novos mercados.Já na década de 70 do séc. XX, a Fábrica de Porcelana da Vista Alegre deu importantes passos na sua modernização tecnológica e prestou mais atenção à formação de jovens pintores. Em 1983 criou o Gabinete de Orientação Artística (GOA) e, em 1985, o Centro de Arte e Desenvolvimento da Empresa (CADE), com a finalidade de fomentar a criatividade, contribuir para a formação nas áreas de desenho, pintura e escultura, apoiar a Fábrica técnica e artisticamente e fomentar o seu desenvolvimento. Em consequência desta orientação nascem as séries limitadas e numeradas, consideradas entre as melhores peças de porcelana produzidas neste final de século. Datam também deste período as "séries especiais" e as "peças comemorativas".
Professoras Responsáveis: Isabel Carvalho e Maria Beatriz Amaral